quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Apresentações dos Seminários sobre Teorias de Currículo.

         
           Primeiramente achei ótimas as apresentações, tive a impressão que após ler o livro sobre as teorias de currículo elas conseguiram ilustrar bem os autores e as correntes estudadas.Vi um grande significado na Fenomenologia e a presença dela no senso comum, pois é através dele que chegamos a essência das coisas. Recheada de significados essa estratégia investigativa tem como base também a hermenêutica. Já em Conceitos de Reprodução apresentadas principalmente por Apple e Giroux como política cultural nos diz que a escola representa um movimento econômico, tendo assim pouca autonomia. Em Capital Cultural de Bourdiau, onde o saber produzido é o da classe burguesa, denominando assim de uma relação de poder dessa classe sobre as outras. E a família e a escola reforçam o capital cultural, (sucesso/ fracasso), essas condições descriminantes por não adquirirem esse capital.
        Já em Currículo Oculto, percebi novamente a relação de poder, moldando os alunos necessariamente a sociedade de consumo capitalista, onde as relações da sala de aula, a relação professor aluno pode gerar bastante discussão, se é certo ou não ter hierarquia, sentar em fileiras todas viradas exclusivamente para o professor. Algumas dessas práticas sociais podem ser bastante ideológicas.
          Em Paulo Freire foi uma das que mais me surpreendeu, não tinha muito contato com esse conteúdo e o foco que ele coloca-nos Diferentes Saberes, me fez refletir e começar a pensar como podemos usar isso enquanto darei aula, nas formas avaliativas dos conteúdos, em como isso pode dialogar com o conteúdo de história. “O conhecimento é construído em casa pessoa de acordo com suas vivências e saberes anteriores”. Dando foco a Valorização de outros saberes.
         Sobre Saviani que tem bases freirianas, uma grande e importante discussão entre educação e política se interpenetra e não estão isentas uma da outra. Trazendo também a velha máxima “A escola precisa formar cidadãos críticos.”

        Bom, não poderia de falar sobre a minha apresentação e o quanto eu aprendi com ela. Ela foi sobre a obra de Louis AlthusserAparelhos Ideológicos do Estado e é nessa obra, onde ele descreve as estruturas e os sistemas que para Althusser são agentes de repressão e o quanto são inevitáveis. Dei-me conta de como a questão de ideologia está presente nas escolas, e esses aparelhos nos moldam a favor dela, ou seja, é impossível escapar delas. Segue em anexo o vídeo que elaboramos, eu e Aline Klauck, com base nessa obra de Althusser para apresentarmos essa discussão.



Segue também algumas fotos da nossa apresentação.





        E por fim acrescento que a grande lição a ser aprendida é que não se pode ligar a caixinha de som diretamente na tomada, ela precisa ser ligada a um estabilizador! Ha Ha Ha, pois durante a apresentação do vídeo ela queimou e posso dizer que teve uma pequena explosão, serviu pra alguma coisa... descontraiu a turma. Queria faz um breve agradecimento a Aline Klauck que passou  por essa experiencia comigo, obrigada pelas lembranças !                                                                                                                      
                                                                                                                       

Créditos das fotos ao colega Gil Ferri em: BONITAS, As (orgs.). A explosiva apresentação. In: Seminário de Didática B. UFSC: Floripa, 2011/2.      

Uma discussão alongada sobre currículo: PCN, Proposta Curricular de SC e Currículo em Ação.

          Após toda essa discussão sobre as teorias de currículos elaboradas ao longo desses anos, chegamos ao ponto em que isso precisa ser fundamentado em um documento, elaborado e organizado por parte do Governo, tanto federal como estadual. Temos aqui alguns construções por eles feitas, na estância do Governo Federal seria os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e no Estadual temos as Propostas Curriculares de SC e também em alguns municípios.


Mas o que fala esse documento?
         Ele traz como papel principal da escola o acolhimento e socialização do aluno, que vai de encontro com a valorização cultural, patrimonial, estabelecendo uma ideia de Universal e Local para o aluno. Focaliza também na relação da aprendizagem escolar com o trabalho. Trazendo para o lado do ensino de História esse documento nos diz “Cabe efetivamente ao pesquisador, a partir de sua formação e de seus domínios cognitivos, identificar, relacionar e interpretar tais indícios simbólicos como expressões de vivências e de modos de pensar contraditórios de uma realidade social cultural representada. Isso significa que e o conhecimento histórico busca uma nova racionalidade.”
           Percebemos uma grande aproximação entre pesquisadores e professores na área de história, coisa que na nossa graduação separamos ao extremo, não percebendo as diversas conexões entre as duas funções, que servem unicamente ao meu ver um caminhar lado a lado.

          Já nas Propostas Curriculares de Santa Catarina, primeiramente baseadas em um amplo estudo marxista essa proposta nos traz uma opção pela perspectiva sócio-histórica (Gramsci, Marx e Vygotsky), que discursa entre educação religiosa em sua formação e nos ilustra as ideias principais com mapas conceituais. Trago aqui um exemplo desse mapa conceitual.



           Fixada entre os objetivos dessa proposta a concepção histórico-cultural de aprendizagem, onde tudo é derivado de um processo histórico e social. Neste documento revela “A concepção histórico cultural, ao contrário, á medida que considera todos capazes de aprender e compreende que as relações  e interpretações sociais estabelecidas pelas crianças e pelos jovens são fatores de apropriação do conhecimento, traz consigo a consciência da responsabilidade ética da escola com aprendizagem de todos, uma vez que ela é interlocutora privilegiada nas interações sociais do alunos. De todos os alunos.”

Mas espera um pouco... E o Currículo em Ação ?

           Dentre todas essas formas de currículo, cabe agora falar da prática pedagógica, que é onde os currículos prescritos são moldados pelo nosso querido professor, ou seja, recebe uma adaptação e ele é posto em prática na  sala de aula, onde finalmente vai se valer todas as pesquisas em torno do currículo, depois de tanta discussão é ali onde ele vai tomar forma e se apresentar aos verdadeiros personagens, personagens esses que são pensados durante esse longo processo teórico, os alunos.