quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Considerações a serem feitas, pois é o fim

            Agora venho fazer o fechamento do meu blog e falar um pouco sobre a disciplina ministrada pela nossa querida professora Jane Bittencourt, onde só tenho a agradecer por todas as reflexões que ela nos proporcionou, pela compreensão e por fazer das manhãs de sexta-feira algo intrigantes e cheio de aprendizagem.



           O assunto sobre as teorias currículos foi o que mais me chamou a atenção, e que me surpreendeu, pois nunca havia pensado sobre isso de tal maneira que me fez refletir muito sobre todo o processo educacional do qual estamos inseridos desde sempre. Essa reflexão foi puxando outras e dialogando sempre com a função social da escola, do professor e da transmissão do conhecimento. Conhecemos o papel dos PCN’s e a Proposta Curricular de SC toda a sua influência no material didático e na postura do professor. Trocamos experiências e convivemos a margem das teorias da educação, tentamos vivenciar mas sabemos que na prática será sempre, por mais que estudamos e sabemos, diferente da teoria em si. O grande distanciamento das disciplinas de educação na questão entre teoria e prática é o que preocupa muito os alunos e que esse semestre posso dizer que obtivemos uma boa base pra tentarmos enfrentar o vem pela frente, pois sei que não será fácil e mesmo assim não desistirei. De alguma forma, não sei como e nem quando, eu sei que esse é meu lugar, demorei pra me convencer mas acredito sim, na educação.
            Queria dizer que a experiência de fazer esse blog foi muito positiva e que adorei muito e me diverti na busca de imagens, sintetizando capítulos de textos elaborando as postagens. Lembrando que é uma ferramenta super útil ainda mais hoje, com essa doideira que é a informação proveniente da internet. Espero realmente que tenham gostado tanto das reflexões quanto da tentativa de tornar isso um espaço de interação (Piaget sempre presente!) com os demais estudantes e as demais pessoas que se interessarem.
              Pois bem, o semestre foi bem puxado e eu vou começar a curti as minhas merecidas férias. Beijos, abraços e muito obrigada por acompanharem.

E agora posso finalmente dizer...

Porque planejar?


          Planejar consiste em avaliar, estudar, conhecer o caminho que se vai percorrer. É tarefa presente na vida de um professor, tem que se acostumar com o exercício que se da diariamente. O planejar a aula é preparar,  mapear todo o caminho a ser percorrido e ter em mãos a dinâmica da aula, por mais que ela saia errado há sempre um jeito de trazer a questão inicial, isso é claro se o professor planejou e exerceu esse papel fielmente.
            Analisar o contexto, a justificativa e a dimensão que a aula terá é importante. Se prevenir é a questão e todas as outras conseqüências serão fáceis de ser vividas. A grande questão é abordar um conteúdo de forma interessante aos olhos do aluno, bom, mas como isso é possível? Acredito que conhecendo eles há uma grande possibilidade de acerto, e o planejamento se dará de forma apenas contemplativa como algo que a turma se empenhará a realizar o que se pede. As vezes eu acho que fico muito no idealismo, romantizando e achando que a na hora H a turma vai, vamos dizer assim, fazer sua parte. Dentre as poucas experiências que tive com isso, percebi êxito ao realizá-las. Estagiei por 6 meses no Colégio Aplicação como auxiliar de professora na turma da 1ª série e todas as vezes que a professora não podia comparecer e solicitava que eu aplicasse tal tarefa ou filme que depois sempre geraria uma discussão, ocorria como planejado. Outra experiência foi quando fui expor uma “aula” ( de 30 minutos) na disciplina de contemporânea I sobre a Participação das Mulheres na Revolução Francesa, quando terminei algumas pessoas comentaram o quanto estava interessante e que chamou a atenção delas. Usei Power point e quadro. Não é querer contar vantagem, longe disso! Mas acredito que é possível sim preparar uma aula com conteúdo, de qualidade e que agrada a turma, a questão é saber a linguagem do público alvo e como abordá-la. 

Avaliar para conhecer? Sim!


              A avaliação não deve ser um instrumento de seleção e exclusão, pelo contrário, deve ser uma forma de conhecer melhor o aluno e o processo de aprendizagem. O grande drama que carrega a avaliação é a questão das notas. Bom, o que são as notas? Essas que carregam um enorme significado negativo e apreensivo da parte dos alunos. Todos sabem as situações que passamos quando o assunto é escolar e envolve exame e o impacto que isso causa, principalmente quando ao pegar uma prova vemos de longe a cor da caneta vermelha em destaque. Isso não é um bom sinal. A ideia é transformar esse método avaliativo em um instrumento com que façam todos adquirem o saber e apropriem-se dele reflexivamente, bem como eliminar aqueles que, depois de deixar a escola, não consigam adquiri-lo devido a fatores presentes principalmente na própria escola.
            A avaliação deve passar aos professores o que afinal? Deve constituir uma oportunidade real de demonstrar o que os sujeitos sabem e como sabem. O processo por inteiro pode ser compreendido com isso e não simplesmente notar que uma questão está errada. Evidenciar erros e também penalizá-los equivale a deter e inclusive interromper, a própria dinâmica do processo em desenvolvimento. Devemos portanto lembrar que sempre é tempo para aprender, e não para examinar. Não somos clínicos, portanto não temos o direito de dar um diagnóstico avaliando somente em cenários artificiais, pequenos aspectos do sujeito em questão, precisamos avaliar na totalidade do problema. Ok, eu viajei, mas fez sentido pra mim. (:
         Há também um ponto bem importante, nós aprendemos com a avaliação sobre nós mesmo, professores em seu exercício docente. Avaliar não somente os alunos com a conhecida prova, mas também todo o processo da exposição do conteúdo, se a turma o fez entender, se teve entendimento por completo e a presença da posição crítica que tanto esperamos. A aprendizagem, portanto é contínua, uma grande necessidade de conhecê-lo e também se conhecer com a avaliação escolar.


MENDEZ, J. M. A. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. 


Novas Didáticas: Novas estratégias no ensino.

           
            Essas novas didáticas vêm como um contraponto no modelo tradicionalista que se fazia presente no processo escolar, eles acreditam que os alunos são desfavorecidos com esse método que já se apresentam ultrapassados. O modelo tradicionalista não contém nenhum tipo de interação entre professor e aluno e se alterna com lições, exercícios e momentos que são sempre controlados por demasiados pelos professores. As novas didáticas, portanto buscam um comportamento mais ativo entre ambos os personagens do processo, e se apresentam como alternativas que podem ser propostas e mesclar até mesmo uma aula tradicional para aos poucos deixar o desinteresse de lado dos alunos e criar uma expectativa positiva ao cotidiano que se da na sala de aula.

 Como alternativas elas possuem características que se apresentam como:
 1) Considerarem o aluno como sujeito ativo da sua aprendizagem;
 2) A construção de novos saberes centrado não apenas em atividades adequadas, mas também nas interações sociais;
 3) Privilegiar as competências funcionais e globais aos saberes fragmentados;
 4) Consolidar as aprendizagens na “vivência dos alunos";
 5) Respeitar a diversidade de culturas e personalidade;
 6) Valorizar a autonomia da criança;
 7) Motivação relacionada com o prazer e a vontade de descobrir e de fazer;
 8) Dar importância as tarefas cooperativas;
 9) A ênfase dada à educação e ao desenvolvimento da pessoa.

            Mas será que toda essa interação não pode se voltar contra a figura do professor e sua autoridade? Esse é o que rebatem os praticantes das teorias tradicionais. Mas eu acredito como uma graduanda que presa pelas disciplinas de educação que esse comportamento basta ser medido e mostrado a turma que apesar de toda essa interação quem ainda tem o controle é o professor, ele, sujeito do conhecimento e provedor de toda a interação que a turma pode vivenciar. Acredito que as teorias tradicionais já estão ultrapassadas, mas lembro sempre que dependendo da turma o professor vai ter que se posicionar de maneira diferente. Resquícios dessa teoria tradicional a meu ver pode sim dialogar com elementos das novas didáticas, a questão da autoridade é uma delas. Tornando portanto uma aula mista, interacionista , um diálogo entre professores e alunos em busca da obtenção do conhecimento de maneira divertida e descontraída.

Discussão baseada no texto: PERRENOUD, P. Práticas Pedagógicas, profissão discente e formação. Lisboa: Dom Quixote, 1997. 

Sou mesmo interacionista?

  
                Será? Modelo pensado por Piaget vem para revolucionar as teorias de aprendizagem apesar de não ter pensamento fielmente em uma, apenas desenvolvendo essa que faz parte do interacionismo. Essa ideia se opõe as correntes de pensamentos já elaboradas: objetivismo e subjetivismo. Com isso Piaget argumenta "o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas" (1976). Em sua teoria a criança, no caso o sujeito é um ser dinâmico, que esta mergulhada na realidade, operando e interagindo constantemente com objetos e outras pessoas.

                Esquema do processo de construção do conhecimento

 Mas como a escola deve se portar quanto a essa teoria? Piaget propõe que a escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento. Mas eu me pergunto, será que sou interacionista? Será que durante toda minha vida escolar eu tive esse comportamento perante o olhar do professor e do conhecimento? E você será que já se viu ou lembra-se de características da transmissão do conhecimento em sala de aula que tinham elementos interacionistas? Bom, a questão é que boa parte do meu período escolar os professores sim, instigavam e queriam que nós mesmos construíssemos nossa devida percepção sobre um determinado assunto, surgindo constantemente as perguntas que moviam então a explicação. Isso é claro que não se dava em todas as disciplinas, percebi, portanto essa suporta interação claramente nas ciências humanas, principalmente história, filosofia e sociologia.
Mas se eu me coloco como uma professora que bebe das águas proveniente do interacionismo Piagetiano? A minha postura quanto à turma e particularmente quanto ao sujeito em processo de conhecimento que é o aluno, deve ser diferente, pois verei o aluno que independente da consideração do meio social, sendo, portanto um “sujeito universal” que será abordado através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo. Método contrário que vai propor Vygostky e a grande relação do conhecimento ao meio social e cultural, descartando a ideia de “sujeito universal”, o modelo sócio-interacionista. Concluímos que sempre o papel do aluno deve ser ativo, construindo, reconhecendo e aprendendo diante das diversas informações que lhe são apresentadas.